Terceira – a "Ilha Lilás"!

Fazendo parte do “grupo central”, a Terceira deve o seu nome ao facto de ter sido a terceira ilha do arquipélago a ser descoberta, curiosamente é também, com uma área de cerca de 385 Km quadrados, a terceira ilha maior do grupo, assim que – depois de São Miguel – a segunda ilha mais importante do archipelago. De forma elíptica, a Terceira tem perto de 29 Km de comprimento por 18 Km de largura e situa-se a 150 Km de distância de São Miguel (direcçao oeste) e a cerca de 55 Km da sua ilha vizinha (direcção este), São Jorge. A capital da Terceira é a cidade de Angra do Heroísmo, nome que foi concedido pelo Rei D. Pedro IV em 1834 pelo seu espírito de sacrifício e patriotismo demonstrado perante os ataques e ameaças do exterior, e também pela sua resistência ao Rei absolutista D. Miguel durante a Guerra Civil entre Liberais e Absolutistas, entre 1820 a 1831.

O Aeroporto Internacional da Lajes encontra-se situado num vasto planalto vulcânico, planalto este que domina a parte oriental da ilha, que por sua vez se encontra rodeado pelas montanhas da “Serra do Cume”, cujo relevo se suaviza até à costa. A maior cratera do arquipélago, a Caldeira de Guilherme Moniz (15 Km de diâmetro) e numerosas pequenas crateras, formando pequenos lagos, marcam o centro da ilha. O seu pico mais alto, a Serra de Santa Bárbara, um cone vulcânico com 1.023 metros de altura, domina o cenário da parte ocidental. Protegida por fortificações aqui e ali, a costa da ilha é predominantemente abrupta e recortada por diversos penhascos.

Devido à fertilidade do seu solo, os cerca de 58.000 habitantes da Terceira, fazem da agricultura o seu principal meio de subsistência – a ilha tornou-se no maior produtor de cereais do arquipélago – assim como da criação de gado e da recolha de algas.

O povoamento da Terceira iniciou-se em 1450, com predominância de colonos flamengos, que se dedicaram à agricultura, sendo na altura as principais colheitas os cereais e o pastel (planta tintureira). Nos séculos XVI e XVII, a Terceira tornou-se importante como porto de escala para os galeões espanhóis, carregados de riquezas vindas do Novo Mundo. Com todo o ouro, diamantes, porcelanas, especiarias e sedas armazenadas no porto de Angra, a ilha Terceira tornou-se um dos alvos preferidos dos piratas e corsários, oriundos dos países inimigos da coroa espanhola, como a França, Flandres e Inglaterra. Em 1597, Sir Francis Drake, liderando uma frota de cerca de cem barcos, tentou em vão conquistar os galeões espanhóis ancorados no porto de Angra.

Para protecção da ilha, contra os ataques persistentes dos piratas e para assegurar a autoridade espanhola, foram construídas várias fortalezas, entre elas a Fortaleza de São Filipe (chamado de São Baptista após a partida dos espanhóis). Depois da pilhagem das Índias Ocidentais terminada, o crescimento da Terceira diminuiu, no entanto continuou a ter um papel importante na História de Portugal como centro económico, administrativo e religioso dos Açores. Consequentemente, Angra foi nomeada sede da Capitania Geral em 1766, e mais tarde o poder central instalou-se em Angra.

In 1943, os americanos construíram uma base militar nas Lajes, perto da Praia da Vitória, a segunda cidade mais importante da Terceira. Tem três pistas de aterragem (a mais longa com 3600 metros), sendo utilizadas para uso militar e civil. Devido a cortes constantes no orçamento da defesa a nível internacional, o governo americano aos poucos está a reduzir a sua presença militar, com o objectivo de transformar a base aérea como ponto de reabastecimento.

Mapa de Terceira

Baía da Angra do Heroísmo

Igreja de São Mateus

Uma das actividades de lazer para os habitantes da ilha, são as alegres e movimentadas “Touradas à corda”, em que o touro tem os seus movimentos condicionados por uma corda, segurada por um grupo de homens. Estas largadas, em que todos podem participar, geralemente são feitas nas ruas, mas existe também uma Praça de Toiros da Ilha, situada na parte leste da cidade.

De Maio em diante celebram-se as tradicionais Festas do Espirito Santo em todas as ilhas do arquipélago, mas é na Terceira que estas celebrações têm maior expressão, com maior colorido e diversidade. Testemunho da grande devoção dos fiéis, são os – cerca de 50 – coloridos Impérios (altares dedicados ao Espírito Santo), que podemos encontrar por toda a ilha.

Contando com uma história cativante que resultou num importante legado cultural, sólidas e arraigadas tradições, belezas naturais e muitos locais interessantes a visitar – tudo isto combinado com o conforto dum turismo moderno e uma serena tranquilidade que a ilha oferece – a Terceira tem tudo para que um exigente turista desfrute de umas férias estimulantes e memorável.