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Faial – a "Ilha Azul"!

A ‘Ilha Azul’, Faial é assim conhecida devido às inúmeras ‘sebes’ de hortênsias, e é sem dúvida uma das mais encantadoras ilhas dos Açores. Com a forma de um pentágono irregular, o Faial tem uma superfície de aproximadamente 173 km quadrados (21 km de comprimento e 14 km de largura, nos seus pontos mais extremos), o que faz com que seja a quinta maior ilha do arquipélago. A distância para as suas ilhas vizinhas é de 7 km do Pico, 19 km de São Jorge, 85 km da Graciosa e 124 km da Terceira.

Topograficamente a ilha é dominada pela Caldeira, uma enorme cratera vulcânica com um diâmetro de cerca de 2 km e uma profundidade de 400 metros, apresentando suaves encostas interceptadas por formações vulcânicas secundárias, e, pelo seu pico mais alto, Cabeço Gordo, um vulcão adormecido desde 1672, com uma altitude de 1043 metros. Em todo o caso, a maior atracção do Faial é certamente a sua capital, a encantadora cidade da Horta que é, com a sua famosa marina e o seu rico património arquitectónico, provavelmente a cidade a mais animada e mais cosmopolita do arquipélago.

Em relação à história do Faial pode-se afirmar que de certo modo reflecte a história de todo o arquipélago e mostra claramente que todos os acontecimentos históricos foram iniciados a partir do exterior. A descoberta da ilha está intimamente ligada à da ilha de São Jorge em 1450 e o povoamento em grande escala iniciou-se em 1466 quando o flamengo Josse van Hurtere – que deu origem ao nome da cidade da Horta – chegou à ilha, juntamente com outros cerca de mil homens, à procura de minas de prata e estanho. Quando a procura destes metais preciosos se provou infrutífera, os colonos começaram a cultivar as terras férteis, sendo as culturas principais o trigo, pastel e pigmento extraído de líquenes. Em espécial a florescente exportação de plantas tintureiras para a Flandres e Inglaterra trouxe poder à ilha, que – assim como o facto dos navios espanhóis carregados de riquezas também usaram Horta como porto de escala nas viagens de regresso das suas colónias da América – atraiu muitos corsários, tendo sido o Faial várias vezes alvo de pilhagens durante os séculos XVI e XVII. Por essa altura aconteceram outros contratempos, como a enorme erupção do Cabeço de Fogo em 1672 e alguns devastadores terramotos. Todavia, os habitantes da ilha depressa recuperaram destes reveses, não só graças à exploitação da ilha vizinha, Pico, cuja administração sempre foi feita pelo Faial.

Em meados do século XVIII, os primeiros baleeiros americanos introduziram esta indústria na ilha e a caça à baleia tornou-se numa importante fonte de rendimento para os ilhéus. Outro pilar da economia da ilha foi o cultivo e a exportação de laranjas até 1860, quando uma micose destruiu a maioria das plantações de laranjas. Quando o primeiro cabo telegráfico foi instalado desde Lisboa à Horta e depois, em 1900, a ligação com a Nova Escócia no Canadá tornou-se uma realidade, o Faial – ou melhor a cidade de Horta – ficou conhecida como um centro de comunicações telegráficas entre o Velho e o Novo Mundo. Deste facto, muitas empresas internacionais de comunicações instalaram-se na Horta e o Faial tournou-se a ilha que mais progrediu no arquipélago.

Outro marco na história do Faial, foi a chegada do primeiro hidroavião no porto da cidade da Horta em 1919. Desde essa altura e até à segunda Guerra Mundial, todos os vôos transatlânticos feitos de hidroavião usaram o porto da Horta para as suas escalas, o Faial também se tornou numa importante base militar para os Aliados durante a segunda Guerra Mundial. Mais tarde, sob o regime de Salazar, Faial caiu no esquecimento, como o resto das ilhas do arquipélago. Só quando o Faial construiu o seu aeroporto em 1971 e o arquipélago dos Açores foi declarado Região Autónoma – sendo a cidade da Horta a sede do Governo Regional desde 1976 e tornando-se num dos três centros da administração regional – a importância político-económica do Faial voltou a crescer. No entanto, este período de prosperidade não foi muito longo, pois a ilha viveu novamente outro contratempo, o terrível terramoto de 1998, que deixou danos consideráveis em toda a ilha, especialmente no noroeste, onde várias povoações ficaram completamente destruídas.

Mapa do Faial
Mapa do Faial
Baía de Horta
Baía de Horta
Panorâmico do Faial
Panorâmico do Faial
Capelinhos
Capelinhos

Hoje em dia, os cerca de 15.000 habitantes da ilha vivem essencialmente da agricultura, criação de gado, produção de lacticínios, pesca, comércio e também do turismo, que está em constante crescimento, principalmente graças à sua encantadora capital, com a sua famosa marina, onde velejadores transatlânticos, vindos de todo o mundo, deixam na ilha um ‘sabor’ internacional único.

Não precisa de ser um ‘lobo do mar’ para ver que o Faial é uma ilha fascinante a visitar!
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